O lobo mais tradicional
das histórias infantis.
Ilustração de Gustave Doré
Gustave Doré, o grande ilustrador francês do século XIX, autor de algumas das mais famosas gravuras de todos os tempos, como as que fez para a "Divina Comédia", de Dante Alighieri, captou perfeitamente bem o espírito da trágica história de Chapeuzinho Vermelho na versão de Perrault.
A versão impressa mais antiga da história de Chapeuzinho Vermelho foi escrita por Charles Perrault, Le Petit Chaperon Rouge. A história foi retirada do folclore francês e inserida no livro Contos da Mamãe Gansa por volta de 1697, quando o conto chegou à Europa pela primeira vez. O conto teve suas origens no norte dos Alpes e apresentava algumas imagens muito cruéis.
No ano de 1812, os irmãos Grimm reformularam a história para que ela ficasse mais adaptável para o mundo infantil, tirando toda a crueldade da primeira versão. Eles deixaram a história mais parecida com a que conhecemos hoje.
Nas duas versões, a mãe de Chapeuzinho pede várias vezes que ela não fale com ninguém durante o caminho para a casa de sua avó. As versões começam a mudar quando o Lobo chega à casa da vovó.
Na versão de Perrault, Chapeuzinho é enganada pelo lobo, que come a vovó, arma uma armadilha para a menina, que também acaba sendo devorada, sem final feliz.
Já a versão dos irmãos Grimm sofreu várias modificações, até alcançar uma versão final, publicada em 1857. Uma das modificações foi no final, introduzindo o caçador, que abre a barriga do lobo e tira a menina e sua avó, colocando pedras no lugar.
As versões contadas da história de Chapeuzinho Vermelho variam muito, com a adição ou a diminuição de elementos, de acordo com cada autor.
Na contemporaneidade, algumas versões têm transformado o lobo vilão da história em lobo bom. Isto é, o lobo virou protagonista e muitas histórias foram criadas com outro olhar sobre esse animal.